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Seu cérebro na Natureza: Bons motivos para você ir para o mato

Estar em contato com a natureza, ou de forma mais direta, ir para o mato, nos faz bem, é fato.

Seja uma tarde no parque ou 15 dias isolado em uma grande expedição, é perceptível a sensação de prazer que sentimos quando saímos da vida caótica da cidade.

Muitas pessoas sabem disso. Gostariam de viajar mais para "o meio do mato", mas nunca encontram quem as acompanhe. Vai dizer, quantas vezes você já se sentiu recriminado por querer fazer uma viagem pra acampar e ser taxado de maluco ou bicho-grilo pelos seus amigos que não abrem mão dos "confortos da vida moderna".

Então, para você nunca mais se sentir mal em querer algo tão bom, separamos algumas boas dicas para você se convencer de que tem mais é que se jogar na Natureza!

Veja se não faz sentido:

Torres del Paine, na Patagônia Chilena

 

1. O contato com a natureza faz bem para a alma

Pode parecer papo de gente esotérica. Mas pense a respeito.

Estar em contato com a Natureza gera alterações fisiológicas sutis no nosso corpo que nos faz sentir bem. Aumenta nossa vitalidade, nos dá aquele sentimento de estarmos transbordando vida. E não precisa de muito. Se você tira um sábado e vai pra algum lugar fazer uma trilha, no fim do dia você se sente renovado, tranquilo, dorme bem e acorda no outro dia feliz.

Segundo o livro Your Brain on Nature (Seu cérebro na Natureza, sem tradução para o português), muitos estudos científicos têm demonstrado que estar em contato com a natureza pode ter benefícios notáveis ​​para a saúde humana. Estar deitado na grama ou debaixo de uma cachoeira, promovem emoções positivas, sensações inexplicáveis de bem-estar. 

Cientistas de diversos países já perceberam que, quando na Natureza, nosso corpo responde positivamente a sinais emocionais. No Japão, por exemplo, desde 2005 se pode praticar a "Terapia da Floresta", uma imersão em uma área de mata dentro da cidade, com grande potencial para amenizar o estresse.

Pico do Lopo, em Extrema, MG

Um estudo de caso paulistano. Acordar um sábado bem cedo, sair de casa e ir até um cenário rural. Menos de 90km de São Paulo você chega no Pico do Lopo, na Serra da Mantiqueira. Nosso objetivo  é subir na “cabeça do gigante”, por trilha em meio a muita vegetação e vistas espetaculares. O cume está localizado a 1.780 m de altitude,e um incrível visual 360° da região. Depois de uma semana de trabalho, cansado e esgotado, simplesmente sentar na rocha e olhar para o horizonte carrega nossas energias.

 

2. Fazer trilha faz bem para o corpo

Você pode ter inúmeros motivos para querer fazer uma trilha.

Quer ir para Machu Picchu pela trilha Inca pra selar um primeiro destino de aventura com classe. Pode desejar ir para Torres del Paine, na Patagônia Chilena, de tanto ler em blogs e revistas do mundo inteiro sobre as paisagens de lá. Desejar subir a montanha mais alta de um continente, como o Kilimanjaro, na África. São muitas as possibilidades pelas quais você pode desejar fazer uma trilha.

Independente de todas elas, fazer uma longa jornada a pé faz bem para o corpo.

O primeiro grande motivo para garantir isso é  o fato de um trekking ser uma prática corporal, mas que não tem relação direta com nenhum esporte. Isso significa que conseguimos dosar muito melhor o quanto exigimos do nosso corpo, sem aquele desejo da alta performance, causa de grande parte das lesões em atletas.

Chapada Diamantina, no caminho sobre os Gerais do Vieira em direção ao Vale do Pati

Não é a toa que os guias de grandes expedições costumam estar em plena atividade depois dos cinquenta, sessenta anos, carregando mochila nas costas com um vigor físico que impressiona qualquer adolescente.

E é assim que nos sentimos depois de uma viagem que nos deixe fora da nossa "zona de conforto urbana" por mais de 10 dias. O Trekking do Monte Roraima, por exemplo, uma caminhada que chega a 100km de extensão, leva 10 dias, e a impressão que dá é que estamos cada dia que passa mais fortes e saudáveis para o dia seguinte.

Segundo dia da aproximação até a base do Monte Roraima, bem a frente, com suas cachoeiras imensas.

Queimar calorias, aumentar glóbulos brancos, liberar endorfina. Todo nosso corpo trabalha quando o usamos com intensidade. Inclusive a mente.

 

3. Fazer trilha faz bem para a mente

A Travessia da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, é um trekking que exige um tipo de preparação física, a paciência. A subida do primeiro dia é muito longa. O segundo dia sobre a crista da montanha é exaustivo, o sobe e desce te acompanha o dia inteiro. O último, longe de ser um alívio, é uma descida impiedosa. Cansa de descer.

Travessia da Serra dos Orgãos - Crédito: Dilson Braz Jr.

Ainda segundo o livro Your Brain on Nature, fazer trekking, ou seja, caminhar na natureza, têm sido associado à uma elevação na energia não só física quanto mental. O corpo reage muito melhor ao desafio, e a cabeça, como em um processo de meditação, parece que entra em um outro nível de concentração.

Quando estamos em contato com a Natureza, além do exercício do próprio caminhar, trabalhamos de forma inconsciente a respiração, que fica mais lenta e profunda.

A longa aproximação do Monte Roraima é um exercício de meditação.

Estas mudanças sutis de comportamento enquanto estamos na trilha nos ajuda regular os níveis de serotonina, um neurotransmissor que trabalha em processos importantes, como regular o apetite, turbinar a memória e melhorar nosso humor e convívio social.

4. Faz bem para a criatividade

Paisagens novas. Sensações novas.

Viajar estimula os sentidos. Visão, audição, tato, olfato, paladar.  Não é por menos. Na natureza, quando você está dentro dela, começa a se dar conta de que ela é muito ruidosa. Movimentada. Cheia de texturas, odores.

Além disso, há indícios de que respirar ar puro, sem a poluição da cidade grande, aumenta a amplitude das ondas cerebrais, criando um efeito de contemplação (com expansão dos sentidos) e uma sensação de tranquilidade.

Em 2007 uma pesquisa com participantes de um curso da Outward Bound, feita por pesquisadores das universidades de Utah e do Kansas, chegou a conclusão que, após quatro dias imersos na floresta, os indivíduos se saíram em média 50% melhores em testes de medição de criatividade. Imagine uma semana na Amazônia os esfeitos que não tem!

 

5. Amizades novas

Quando você chega em um lugar muito hoots, aqueles lugares inconcebíveis para um ser ubanóide, sem Wi-Fi, chuveiro quente e TV, começamos a nos dar conta que estamos ao redor de pessoas parecidas a nós.

Afinal de contas, o ambiente natural nos chama como uma força interior e nos leva para estes lugares, cheio de uma energia parecida com a nossa.

É a hora que você se pega conversando com uma senhora de 85 anos que nasceu e se criou dentro do Vale do Pati, na Chapada Diamantina, sobre a horta do apartamento que não vai pra frente. Quando você fica amigo do guia que se parece mais com você do que o seu amigo de infância. Todo mundo tem alguma coisa em comum com você.

Fazer uma viagem nos apresenta a novas pessoas. Fazemos novos grupos de amizade, baseados em experiências incríveis, e que tem uma conexão muito próxima.

Então, se você acha que não dá mais pra esperar seus amigos animarem fazer aquela aventura na natureza, então é porque está mesmo na hora de você começar a viajar!

Caso se interesse, vale a pena ler o texto Your Brain On Nature: The Science of Nature's Influence on Your Health, Happiness and Vitality (2012) by Eva M. Selhub & Alan C. Logan. Sem tradução para o Português.

Agora que a inspiração já é de sobra, está na hora de marcar a sua viagem. Confira todos os roteiros que a Pisa Trekking oferece neste link, tire todas as suas dúvidas com nossos atendentes e boa trilha!

 

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Otávio Lino

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Otávio Lino
Tags: caminhadacérebroefeitosfelicidadenaturezapesquisasvida ao ar livre

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