Ecoturismo: 4 chapadas do Brasil para curtir trilhas e cachoeiras

Para aqueles que procuram grandes paisagens, as chapadas do Brasil guardam inúmeras quedas d’água, mirantes de tirar o fôlego e trilhas de todas as dificuldades.

As chapadas são estruturas geológicas caracterizadas por terem paredões verticais que ultrapassam os 400 metros de altura, e por terem o topo plano. Por ocuparem grandes áreas, geralmente são locais de intersecção entre diferentes ecossistemas. Por isso, é muito comum algumas trilhas variarem de paisagens que vão do seco da Caatinga e Cerrado ao vistoso da Mata Atlântica e das matas ciliares. São áreas ricas em nascentes, e por isso abrigam numerosas cachoeiras e alguns rios formadores de importantes bacias hidrográficas.

Para você que gosta de se aventurar pelo Brasil, separamos quatro das melhores chapadas nacionais.

 

Chapada Diamantina (Bahia)

Pela área que ocupa, o Parque Nacional da Chapada Diamantina é equivalente ao município de São Paulo (ambos com 1.521 km²). Distribuída ao longo de 24 municípios baianos, a região contabiliza as maiores altitudes da Região Nordeste (2.003 metros), propiciando também ótimos mirantes, como a vista inesquecível que se tem de cima do Morro do Pai Inácio.

Outra vista imperdível é a do Vale do Pati, uma das paisagens mais bonitas da região, considerada por muitos a trilha mais belas do Brasil. Cercado pelos altos paredões da chapada, você caminha em direção a imponentes cachoeiras, como o Cachoeirão (com seus 260m de queda), ou outras menores e ótimas para banho, como a Cachoeira dos Funis.

Chapada Diamantina - Vale do Pati

Outro diferencial é a proximidade com a cultura local. Distante de qualquer cidade, será nas casas simples dos habitantes da região que você se hospeda durante a travessia. Até pouco tempo atrás, não havia sequer energia elétrica, mas hoje em dia já é possível carregar a câmera para um dia de fotos.

Das três chapadas, a Diamantina é aquela que traz as trilhas mais exigentes e também menos demarcadas – por isso, a visita guiada é muito importante. Mas estímulos não faltarão, já que bromélias e orquídeas brotam durante todo o percurso. Você pode conferir aqui algumas das nossas opções de pacotes na Chapada Diamantina.

Chapada Diamantina

 

Chapada dos Veadeiros (Goiás)

A Chapada dos Veadeiros é considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO, e também é o ponto mais alto do Centro-Oeste, com altitudes que chegam a 1700m. Aqui, o grande atrativo é a alta quantidade de cachoeiras. São quedas d’água que vão dos 120m dos Saltos do Rio Preto, a pequenas cachoeiras espalhadas por cada trilha que se faz.

Chapada dos Veadeiros

Além dos belos mirantes, as cachoeiras, que surgem em formações rochosas como cânions e grandes desfiladeiros de rocha, ainda permitem que os mais aventureiros se provem no cachoeirismo – prática na qual se desce a cachoeira usando técnicas de rapel. Para quem prefere uma atividade mais leve, além do banho, uma sugestão é o Vale da Lua, onde você encontrará pedras esculpidas pela ação do rio São Miguel – formação que leva esse nome por se assemelhar às crateras da Lua.

Não é só a semelhança com a Lua que dá um quê esotérico. Em diversos locais da Chapada dos Veadeiros existem afloramentos de cristais, que fazem com que algumas pessoas acreditem que o lugar tem uma energia especial. Há também quem acredite que esses cristais – que podem ser vistos brilharem do espaço  – façam com que a região seja propícia para pousos e decolagens de ETs. Misticismos à parte, se hospedar nas pousadas rústicas e charmosas de Alto Paraíso ou São Jorge irá renovar suas energias.

Chapada dos Veadeiros - Vale da Lua

 

Chapada das Mesas (Maranhão)

A menos conhecida dessa lista é a Chapada das Mesas. Uma boa pedida para quem já é experiente no ecoturismo e quer descobrir um lugar novo. Situada no interior do Maranhão, a 220 quilômetros do aeroporto mais próximo (na cidade de Imperatriz), a maioria dos passeios na Chapada das Mesas precisam ser feitos em 4x4. O que as estradas de terra e as várias bifurcações e porteiras escondem são banhos de água cristalino, como no Poço Azul. Essas estradas são precárias, e é importante estar acompanhado de um guia que conheça a região.

Chapada das Mesas - Poço Azul

Lá também você pode experimentar a maior tirolesa em altura do Brasil (392m). Já para os menos afeitos à emoção, no Santuário Pedra Caída, a cachoeira despenca dentro de um cânion de 50m de altura. No caminho, inclusive, vários são os lugares em que os paredões jorram água mineral para amenizar o calor da trilha.

São muitas cachoeiras para lavar a alma, mas um dos cenários mais aguardados da Chapada das Mesas é o Portal da Chapada. Aqui, tem-se uma vista privilegiada das formações rochosas avermelhadas, que se destacam na paisagem de aparência ressecada do Cerrado maranhense.

Chapada das Mesas - Pedra Caída

Depois de tantos passeios, as noites são para descansar, conhecer o artesanato local e experimentar alguns dos pratos típicos. Os peixes são a base das receitas, já que a região perpetua costumes da época que era ocupada por indígenas.

 

Chapada dos Guimarães (Mato Grosso)

Você já se perguntou da onde vêm as águas que inundam o Pantanal? Com seus inúmeros rios e nascentes, a Chapada dos Guimarães é uma das grandes responsáveis por esse fenômeno. Localizada a 67km da capital do Mato Grosso, Cuiabá, a região abriga diversos sítios arqueológicos e começou a se desenvolver como um destino de ecoturismo não faz muito tempo.

O que mais impressiona a respeito da Chapada dos Guimarães são as suas formações geológicas. Paredões de arenito vermelho-alaranjado se estendem por mais de 150km e são cortados por cavernas e cachoeiras, dando origem a fenômenos como a Cachoeira do Véu da Noiva, que conta com 86m de queda livre, e a Caverna Aroe Jari, a maior caverna de arenito do Brasil. Isso tudo é rodeado por uma paisagem típica de cerrado e uma fauna exótica maravilhosa.

Apesar de não ser um destino muito popular, a Chapada conta com uma infraestrutura bastante elaborada. Diversos mirantes foram construídos em locais estratégicos para permitir uma visão mais ampla dos cânions, acompanhados por cercas de proteção e pontes, cujo acesso pode se dar por carro. Ainda assim, o trekking e outras atividades de aventura, como a tirolesa e o rapel, são incentivados. 

 

Independentemente da chapada, a melhor época para viagem é nos meses secos, de abril a outubro, quando há menos chances de chuva. A contrapartida é que o volume de água das cachoeiras é menor, mas nada que comprometa a exuberância das quedas. A Chapada Diamantina é a que exige mais condicionamento físico das quatro, pois as trilhas são mais longas. E para todas é importante ter sempre um bom protetor solar, repelente e, claro, baterias reservas para a câmera fotográfica. E, em todas elas, é bem possível que você veja um dos céus mais estrelados da sua vida.

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