Fugir da rotina viajando é um dos melhores prazeres da vida. Ainda mais num lugar como a Amazônia, onde o contato com a natureza não poderia ser mais próximo. No entanto, para a festa não acabar antes da hora, é sempre bom tomar algumas precauções. E quando pensamos na maior floresta tropical do mundo, não tem como esquecer da caderneta de vacinação. Por isso, o Blog Vida ao Ar Livre selecionou as principais vacinas para viajar para Amazônia: malária, febre amarela e hepatites.
Febre Amarela
Depois do surto do último ano, todos os olhos se voltaram à febre amarela. A doença, que é transmitida pela picada dos mosquitos Haemagogus e Sabethe, é causada por vírus. Mas não são só os nomes que assustam, porque os sintomas podem ir de febre e dores musculares até hemorragias internas e falência de rins e fígado.
Por conta disso, para qualquer um que queira viajar para a Amazônia é exigido o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). Só ele comprova a vacinação da febre amarela e outras doenças. Para retirar o CIVP, a emissão pode ser feita pelo site da Anvisa ou em centros de operação espalhados pelo Brasil. É bom lembrar que a vacina precisa ser tomada, pelo menos, dez dias antes da viagem. As opções são uma dose única, que protegerá você pelo resto da vida, ou uma dose fracionada, que dura pelo menos oito anos (de acordo com estudos publicados em 2018).
Ainda que tomado a vacina é recomendado tomar alguns cuidados durante sua próxima viagem (veja abaixo).
Malária
A malária é causada pelo protozoário Plasmodium e é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Para identificá-lo, procure por um mosquito de cor marrom e pontinhos amarelos. Ou melhor, não procure, porque os sintomas, muitos parecidos com os da febre amarela, vão de febre alta, vômitos e dores musculares até taquicardia, convulsões, delírios e coma. Nos piores casos, dependendo da espécie do protozoário, a doença pode alcançar o cérebro e ser letal.
Em 2021, foi lançada a primeira vacina contra a malária. A campanha teve início na África, mas certamente chegará ao Brasil assim que possível, principalmente nas áreas da Região Amazônica. Por ora, existem alguns cuidados que você pode tomar para que a viagem seja feita de forma segura (veja abaixo).
Hepatites
As hepatites não são transmitidas por nenhum mosquito. Na verdade, os três tipos mais comuns de vírus no Brasil (A, B e C) se proliferam de formas bastante diferentes. Mas, de modo geral, a transmissão ocorre por via fecal-oral (alimentos e água com fezes contaminadas), sexual (sexo sem camisinha) ou, sanguínea (seringas, materiais de higiene pessoal). Os vírus atacam o fígado, podendo causar de inchaços abdominais, pele e olhos amarelados, vômitos e, nos piores casos, morte.
Hoje em dia, existem remédios que já curam a doença, mas toda precaução é melhor. Ainda mais com vacinas há anos desenvolvidas. Aliás, muitas pessoas normalmente já estão prevenidas contra as hepatites A e B, já que o Ministério da Saúde recomenda que a vacinação seja feita logo nos primeiros meses de vida. Para quem ainda não é, uma opção é procurar um posto de saúde para tomar a vacina combinada das duas hepatites.
Infelizmente para a hepatite C, ainda não existe vacina. Por outro lado, sua transmissão não se dá por via oral-fecal. De todo modo, o cuidado deve ser redobrado (veja abaixo).
Cuidados (além das vacinas)
Para o caso das hepatites B e C, previna-se sempre em eventuais relações sexuais. E sempre lembre de levar sua escova, barbeador e quaisquer outros itens de higiene pessoal na mochila. Uma outra sugestão vai para aqueles que gostam de voltar das viagens com novos acessórios no corpo. Na dúvida da procedência ou higiene, deixe para furar a orelha ou colocar piercings em estúdios de sua confiança.
Para a hepatite A, tenha sempre o hábito de lavar a mão antes de comer e depois de usar o banheiro. Prefira também fazer refeições grelhadas, porque o cozimento mata os vírus. E por fim, consuma apenas água de garrafinha, se não, pelo menos, filtrada ou fervida; o mesmo vale para sorvetes, gelinhos, sucos ou saladas de procedência duvidosa.
Já para a malária e febre amarela, pense sempre como se proteger de picadas. Para isso, abuse de calças e camisas de manga comprida e, principalmente, nos repelentes. Os mais potentes, feitos à base de Icaridina, duram até 12 horas na pele. Mas se preferir uma opção mais amigável à natureza, vá de óleo de andiroba, que muitos dizem ser até mais fortes que os similares industrializados.
Uma outra dica é, sempre que chegar ao local de hospedagem, verificar se não há nenhum criadouro de mosquito. E se achar, eliminá-lo. Do mesmo modo, antes de partir para os passeios, certifique-se de fechar janelas e portas do quarto, para evitar surpresas pela noite.
No mais, é aproveitar muito toda beleza, diversidade e natureza que a Amazônia tem para oferecer. Certamente o que ela tem de feroz, ela também tem de espetacular! Difícil conhecer alguém que não tenha voltado diferente desse contato. Você pode ser o próximo! Veja alguns dos roteiros que a Pisa Trekking oferece por esses lindos verdes tropicais.
Leia outros textos sobre a Amazônia: