É possível fazer viagem com bebês?

Vamos falar sobre um assunto sério. Você que é pai ou mãe fresca, que acabou de ganhar o primeiro filho, como você espera que eles interajam com a natureza quando crescerem? Hoje, nosso correspondente caipira Otávio Lino preparou um texto contando um pouco da sua experiência como pai ecoturista de primeira viagem. E, fica a dica, fazer uma viagem com bebês para a natureza é especial. Tanto para os bebês, quanto para os pais!

Yarinha aventureira

Eu sou praticante de trekking e faço viagens para me enfiar na natureza há pelo menos 15 anos, quando ainda era estudante de biologia no interior de São Paulo. Hoje, já mais perto dos 40 do que dos 30, descobri algo novo na minha vida. Sou pai. Tenho uma filha de 1 ano e 4 meses, a Yara. Sempre quis ter filhos que gostassem tanto desses perrengues quanto eu, e agora, estou me esforçando para cumprir esse desejo antigo.

Antes de nascer, a Yara fez o Trekking do Descobrimento, no sul da Bahia. Dentro da barriga de quase 5 meses da mamãe Lali, que foi muito guerreira, ela descobriu o calor nordestino e sentiu o gostinho da água de coco que nos hidratava. Com três meses de vida extra-uterina ela tomou o primeiro banho de cachoeira, no Parque das Neblinas, a cerca de 2h de São Paulo. Foi muito interessante vê-la experimentando o contato dos pés com a terra, e a maneira como ela reagiu com a água gelada do rio: com muita tranquilidade!

 

Já crescidinha, com nove meses, levamos ela para o Saco do Mamanguá, no litoral sul do Rio de Janeiro. Ela acampou, tomou banho de mar, de rio, fez trilha sentada na mochila adaptada. A verdade é que ela foi o assunto do grupo em cada expressão fofa que ela fazia, e também nos momentos que ela dava sinais de cansaço. Foi quando ganhou o apelido carinhoso de Yarinha Marvadeza.

Eu ainda não sei se ela vai gostar tanto dessas aventuras quando crescer. Provavelmente tenha fases da vida em que goste, outras que deteste. Mas o que já consigo perceber desde cedo, é que ela tem uma forma muito independente e segura de explorar o mundo ao seu redor. E não tenho dúvida: oferecer à ela essas oportunidades de se conectar com o mundo, o real, só faz bem.

 

Para muitos pais pode parecer uma dificuldade imensa fazer uma viagem com um filho bebê. E sim, não é tão simples mesmo. Mas sempre existe uma opção por perto, nem que seja uma praça com um gramado e uma árvore pra abraçar. É importante para os nossos filhos, que estão nascendo em um mundo diferente daquele em que fomos crianças, que eles tenham contato desde cedo com o natural, o não “online”.

Dicas para viagem com bebês

Se você pensa em fazer uma viagem com o bebê, deixo aqui algumas dicas que aprendi tanto com a Yara, quanto compartilhando experiências com outros pais que viajam pela Pisa Trekking.

  1. Para um bebê tudo é novo, e eles não conseguem entender muito bem o que está acontecendo ao redor. Então elas choram, dormem no meio da trilha, querem mamar. Quem dita o ritmo da trilha são os pequenos!
  2. Se puder, prefira ir com seu próprio carro, ao invés de ir num ônibus ou van com outras pessoas. A viagem pode ser muito cansativa para um bebê e o choro dele vai ser muito cansativo para as outras pessoas.
  3. Procure fazer viagens com um grau de dificuldade mais leve do que você está acostumado. Trilhas curtas, se possível onde haja um suporte adequado caso mude o tempo. Apesar deles estarem no sling, colo, canguru ou numa mochila adaptada, eles também cansam. Talvez seja melhor esperar uns anos pra fazer a travessia do Vale do Pati. Enquanto isso, existem muitas outras viagens de um dia que vão fazer a cabeça da família.
  4. À medida que as crianças crescem, existem opções de viagens pensadas especialmente para cada faixa etária. A Outward Bound, por exemplo, uma organização internacional que atua no Brasil, oferece viagens para crianças de 3 a 5 anos, de 6 a 8 e assim por diante, até chegar na faixa etária dos 40+. Essas viagens são muito interessantes, porque desenvolvem habilidades específicas para cada fase do desenvolvimento do indivíduo, como interação social, técnicas de mínimo impacto e muito mais.
  5. Não pense muito. As crianças crescem muito rápido pra gente ficar em dúvida. Escolha um passeio legal, tire ela da frente da tela, e incentive os pequenos a interagirem com o mundo natural. Você estará contribuindo para um futuro melhor!

Otávio Lino

Pai da Yara, de 1 ano e 4 meses, e de um bebê ainda no forninho, com 19 semanas de gestação.

 

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