Quem tem a visão do Brasil como uma terra tropical precisa conhecer o Sul do país. Aqui, a densidade das Floresta Amazônica e Mata Atlântica dão lugar ao frio, às araucárias e aos campos de vegetação rasteira; e é claro, a grande Serra Geral, onde montanhas, vales e quedas d’água se perfilam. Para ver tudo isso, uma boa recomendação é viajar para a cidade catarinense de Urubici. Por isso, hoje, o Blog Vida ao Ar Livre mostra tudo que você precisa saber sobre Urubici.
Onde fica e como ir para Urubici?
Urubici fica a 170km da capital catarinense. De Florianópolis, esse trajeto leva cerca de 2h30 de carro. A cidade é uma das principais portas de entrada para quem quer conhecer a Serra Geral porque fica bem no meio da formações geológicas. Afinal basta olhar à volta que o horizonte será uma cadeia montanhosa; que, por sinal, dá um ar bem bucólico à área.
O que fazer em Urubici?
Com milhões de anos de modificação, a Serra Geral pôde conceber cachoeiras e cânions dos mais diversos formatos e tamanhos; como é o caso de um dos símbolos de Urubici, a Pedra Furada.
Bem como diz o nome, no meio de uma cadeia montanhosa, temos uma pedra sobressaltada, cujo principal traço é um buraco. De longe, não temos a dimensão da pedra, mas é chegando pertinho, num trekking com escalaminhada, que entendemos porque o furo tem 30m de circunferência. E se você se empolgar pelos buracos, vale a pena dar uma passada no Morro do Campestre, que oferece visuais tão lindos quantos e, é claro, uma pedra furada em outra formatação.
Ainda falando de rochas, o que também se destaca é o Cânion Laranjeiras. Quando chove no dia anterior, a trilha vira um lamaçal, mas mesmo assim, o caminho é tranquilo. E os 4,5km de ida e volta fazem jus: quem se aproxima da borda mal consegue ficar em pé da vertigem do precipício.
Nos três casos, calor, vento e água foram esculpindo as pedras como elas são hoje. Mas como esse processo é sutil e demorado, podemos ver esse mesmo efeito contemplando grandes quedas d’água. Primeiro com a Cachoeira da Avencal e seus 100m de queda. E em segundo, como não pode faltar no Brasil, um Véu de Noiva (60m), que vira uma “Viúva Negra” quando não chove e vemos só a pedra.
Veja aqui o roteiro que passa por tudo isso.
Por outro lado, o que está sendo afetado negativamente pelo intemperismo são as inscrições rupestres. Diferente das pinturas rupestres, aqui, os indígenas Xoklengs talhavam seus desenhos em rochas de arenito, há mais de 3.000 anos atrás. Com a ação do tempo e de vândalos, acredita-se que as inscrições perderam 2cm de profundidade. Por isso, corra, porque pode ser que elas já não estejam mais lá daqui alguns anos.
Em toda a região, é possível encontrar mais de 100 sítios arqueológicos. Mas os paineis mais visitados estão a 3km da Cachoeira do Avencal, num local onde se presume ter servido de ritual para fertilidade. O que é difícil dizer, já que as figuras são quase todas abstratas. Dentre elas, no entanto, uma se destaca: a Máscara do Guardião, além de menos pitoresca, apresenta técnicas de baixo relevo, como todas as demais, mas também de alto (para representar o nariz).
Viaje para outro tempo neste roteiro.
Urubici pode se orgulhar de alguns sabores únicos. O mais famoso é com certeza o Queijo Serrano, produzido do leite cru da ordenha desde o século XVIII, quando foi introduzido pelos portugueses açorianos. A tradição é tanta que ele está para ganhar o selo de indicação geográfica, que identifica um produto ou serviço como específico de uma região do país.
Outros produtos em vias de receber o mesmo título são o Mel de Bracatinga, a Maçã Fuji e os Vinhos de Altitude. Estes dois últimos vale conhecer o processo de produção e, de quebra, aproveitar para colher ou degustá-los. Já o mel, também conhecido como melato, é escuro, menos açucarado, mais difícil de cristalizar e tem uma particularidade: ao invés das flores, as abelhas usam a seiva da árvore Bracatinga. Mas depois dessa petiscada, não deixe de provar o Entrevero de Pinhão, prato à base de carne e, como diz o nome, pinhão.
Coma tudo que puder neste roteiro.
Uma outra forma de conhecer Urubici é de bike. Ao longo de seis dias, percorreremos 300km acompanhados de rios, cachoeiras, serras e mata; alguns, inclusive, velhos conhecidos, como o Véu de Noiva.
Dentre os atrativos do trajeto, vale destacar a Serra do Corvo Branco, estrada que passa no meio de uma rocha basáltica, através de um corte de 90m, que é hoje o maior empreendimento do tipo já realizado no Brasil. Depois dos paredões, curvas e mais curvas abrem mirantes para um caminho que se perde rasgando a serra.
Contornando o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a maior área de preservação de Mata Atlântica, e desfrutando banhos de águas termais nas famosas Caldas da Imperatriz, a pedalada termina em Florianópolis. Numa travessia de barco até a baía sul, temos um relance das fazendas de criação de ostras e mariscos antes de partirmos.
Pedale por Urubici neste roteiro.
São tantas formas de conhecer Urubici, que agora é melhor você viver isso por si só. Para isso, conte com os serviços da Pisa Trekking. Especialista em turismo de aventura, garantimos segurança e conforto durante toda a sua viagem. Confira aqui nossos roteiros por Santa Catarina e tire todas as suas dúvidas com nossos atendentes.
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