Para quem gosta de trekking a Trilha Inca é um lugar especial. Esse foi o meu sonho de aventura, em 1987. A minha primeira viagem internacional. A minha primeira trilha inca. Na época, eu era professor de Geografia e teria um mês inteiro de férias. Teria que ser "A Viagem".
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A rota La Paz-Titicaca-Cusco
Naquela época todos começavam essa viagem por La Paz, capital da Bolívia. Era a melhor logística, além de ser mais econômica. Indo por La Paz você estará mais perto do Lago Titicaca, que é maravilhoso. Localizado na fronteira entre Bolívia e Peru, é o lago navegável mais alto do mundo, imponente sobre seus 3.830 metros de altitude. Hoje, para se conhecer o Titicaca é possível voar de Lima para Puno, no Peru, a melhor opção. Estar em uma altitude elevada é ótimo aos que farão a Trilha Inca, para se aclimatar e se preparar melhor para altitude de até 4.200 metros durante a travessia.
Além disso, vale [muito] conhecer as Ilhas do Sol e da Lua na Bolívia e as Ilhas flutuantes dos Uros, Amantani e Taquile no Peru. As Ilhas de Uros são construídas com um junco, que se chama Totóra. Tudo é feito com essa planta que nasce no lago. A cabana, o barco e até o mirante é feito de totora. Outra vivência rara é dormir na Ilha de Amantani. Lá não tem hotel ou hostal, as hospedagens são as próprias casas dos nativos.
As ilhas flutuantes são o ponto alto, e depois de toda novidade e curtição, é hora de partir para Cusco. De ônibus, como fiz em 1987, ou de avião, em uma linda viagem sobre os Andes.
Cusco, o umbigo do mundo
Cusco era a capital do império Inca quando os espanhóis chegaram. Por isso, conhecer Cusco é um roteiro muito cultural. Lá estavam os principais templos, como Sacsayhuaman, em uma colina um pouco acima da cidade, Coricancha, o templo da principal divindade deste povo, o Sol. Estes e outros grandes monumentos de pedra foram parcialmente destruídos e suas pedras ocuparam lugar nas construções católicas. Como a catedral de Cusco, uma igreja que impressiona pela riqueza, tanto em ouro quanto nos detalhes de suas obras de arte.
É nesta incrível cidade que chegamos para fazer a trilha. Um lugar cosmopolita, onde em alguns minutos se escuta pelo menos 5 idiomas diferentes. Ruas agitadas, construções antigas, e uma áurea mística que ronda o lugar.
Cusco está em uma altitude bastante alta, de 3600 metros. Faz frio o ano todo, por isso, nestes últimos 30 anos em que já voltei pra lá mais de sessenta vezes (sim, 60), sempre preferi ir entre julho e setembro, já que é seco. Durante o verão é época das chuvas.
Antes de ir pra Trilha você deve ficar ao menos 4 dias na altitude acima dos 3500m, seja no Titicaca, seja em Cusco. Uma vez começada a caminhada, você irá alcançar 4200m de altitude, e é melhor que o ar rarefeito não te pegue de surpresa.
Trilhas Incas
As duas principais opções de trilhas até Machu Picchu são as trilhas Clássica e de Salcantay.
A Trilha Inca Clássica tem 40 km de extensão e é a mais disputada, por ser a mais conhecida. Ela é feita em 4 dias, o que nos faz pernoitar 3 noites na barraca. A Trilha de "Salcantay", nome da montanha nevada com 6.200m de altitude que acompanha o caminho, também é feita nos mesmos 4 dias, acampando. No entanto, estes 4 dias podem virar 6, se você preferir dormir em luxuosos lodges de montanha. Mais uma das inúmeras novidades destas últimas 3 décadas viajando ao Peru.
Existe também outra possibilidade para os que não curtem dormir em barraca. A Trilha Inca Curta como é conhecida, é bem mais fácil, pois tem apenas 10 km e é feita num dia de caminhada, em cerca de 6 horas.
A maioria das pessoas quer fazer a clássica. Claro, ela é clássica! Uma energia incrível, já que todo os 40 km e milhares de degraus foram calçados com pedras da região. Passamos por cinco sítios arqueológicos trabalhados em pedra, um trabalho notável e preciso, bem ao estilo das construções Incas. Durante a travessia você descobre que essas fortalezas foram construídas no alto, em pontos estratégicos onde serviram como QG ou moradia segura.
A Trilha Inca Clássica deve ser reservada com no mínimo 6 meses de antecedência pois existe uma procura antecipada muito grande e o número de vagas é limitado pelo governo peruano. Aliás essa é uma grande diferença dela para a Trilha de Salcantay: o número de pessoas na Salcantay é de no máximo 50 pessoas por dia, enquanto que na Clássica todos os dias tem 500 pessoas percorrendo-na. Além de ser menos frequentada por trekkers, nela você pode ter um contato próximo com os nativos que moram no seu trajeto. A Trilha Clássica, por fazer parte de um Parque Nacional, é proibido aos nativos morarem em seu percurso.
Clássica e Salcantay, algumas diferenças
A Trilha Inca Clássica tem algo que pode ser um problema para muitos. São três "passos" com desnível bastante elevado e na sua maior parte vencidos com escadas de degraus bem altos. Esses mesmos degraus impedem que mulas ou cavalos façam a trilha. Com isso não há plano B e, se acaso você se machucar, quem lhe carregará não será um cavalo mas sim um dos carregadores que levam nosso equipamento por toda a trilha.
Salcantay, possui paisagens impressionantes. Vales, montanhas nevadas, águas termais. Mas, talvez a diferença mais notada quem sentirá é o seu joelho. As subidas e descidas são por rampas e não degraus, como na clássica! Aliás, qualquer problema de cansaço ou lesão, você terá um cavalo à disposição, pois o percurso permite que os animais nos acompanhem.
Na hora de escolher entre uma e outra o principal que você deve levar em conta é: devo escolher entre algo com riqueza histórica e arqueológica, ou algo com paisagens de montanhas nevadas impressionantes? Se prefere a primeira, a resposta é a Trilha Clássica. A segunda, Salcantay.
Pelo menos hoje em dia, para qualquer uma das duas, você só leva nas costas uma mochila pequena com seu agasalho, luvas, cantil e pequenos itens. Nos anos 80 levávamos tudo, o que transformava a trilha muito, mas muito mais cansativa. Hoje, as barracas, comida e sua mochila cargueira são transportadas pelos carregadores. E você ainda vai se surpreender com as barracas refeitórios e a ótima comida que é servida nos acampamentos.
O fato é que todos que fazem acham que valeu à pena cada degrau.
A trilha inca pode até ser um pouco dura com suas escadas e ar rarefeito mas, se você sonha em fazê-la, não tenha medo. Faça.
Depois de 4 dias caminhando, a chegada na porta do sol com Machu Picchu ao fundo é uma vitória inspiradora.
A Trilha Inca atrai gente do mundo todo que ama esse tipo de viagem. Fará você repensar muitas coisas e provavelmente seu conceito de perto e longe, fácil e difícil, irão mudar.
A Pisa Trekking é especialista em viagens para Machu Picchu há mais de 30 anos. Conheça aqui nossos roteiros de trilha inca e desbrave todas as possibilidades de conhecer essa joia do Peru. Tire todas as suas dúvidas com nossos atendentes e boa viagem!
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Sonho!!!! Deve ser demais!!! Único!!!
Adere show….muitas saudades !
Fui para Machu Pichu… voltarei por trilha.. deve ser mesmo.maravilhoso. Lugar único e mágico.
Na hora de escolher entre a Clássica ou Salcantay … faça as duas!! Ambas são maravilhosas!!!
1987 faz tempo mesmo… aliás, fui seu aluno e fui numa viagem para Monte Verde
Olá, tudo bem? Você indica alguma agência para a trilha Inca Clássica?
Olá Claudia! Tudo bem? A Pisa Trekking é pioneira quando se trata de Trilha Inca! Entre em contato conosco e você irá receber uma consultoria especializada para escolher a melhor opção para este roteiro! Veja nossas opções no link a seguir: https://goo.gl/8aWFsM
Eu fiz com vc a mamãe e o André. Sou outra mulher depois dessa trilha. Fiquei muito forte. Tudo é possível. Um passo de cada vez. O que eu preciso cabe numa mochila que carrego nas costas. Um bom guia como você e sua alegria….Minha Família é Meus Amigos.
Fiz a trilha clássica com vocês em 2005. Perfeito e inesquecível. Tá na hora de refazer.
Obrigado pela informação, Trilha Inca é um destino maravilhoso, especialmente nas temporadas de visita, de junho a outubro.