Serra do Cipó: Quando ir, onde fica, o que fazer?

Com um solo pedregoso de rochas sedimentares, a Serra do Cipó dá conta de formar campos floridos, com espécies raras como a canela-de-ema e muitas outras ainda nem catalogadas pelos biólogos. Além disso, a região vai dos picos de mais de 1.600m aos ribeirões, córregos e cachoeiras que cortam os vales. Uma natureza pronta para ser descoberta e repleta de atividades ao ar livre. Para se aventurar por estas terras, saiba hoje onde fica, o que fazer e quando ir para a Serra do Cipó.

Onde fica e como chegar na Serra do Cipó?

A 90km de Belo Horizonte, em Minas Gerais, o Parque Nacional da Serra do Cipó tem uma área de 33.800 hectares. As atividades e natureza são tamanhas que extrapolam a área do parque, sendo juntas apenas uma porção da grande Serra do Espinhaço. 

Além disso, a Serra do Cipó tem uma importância para o balanço das águas, já que é divisor natural das bacias hidrográficas dos rios São Francisco e Doce que, só dentro do parque, formam mais de 60 cachoeiras responsáveis por uma vegetação única só encontrada aqui.

Vindo de avião do aeroporto de Confins, a distância até a Serra do Cipó é ainda menor. Daqui serão cerca de 75km até Santana do Riacho, porta de entrada para as atividades. E uma curiosidade é que os diversos sítios arqueológicos da região comprovam a existência humana no local há mais de 10.000 anos.

O que fazer na Serra do Cipó?
  • Parque Estadual do Sumidouro:

Já bem antes de chegarmos a Santana do Riacho, faremos algumas paradas para soltar os pés e também começar a entrar na mística da região. Dentro do Parque Estadual do Sumidouro, um dos principais atrativos é a Gruta da Lapinha

Coloque o capacete e exploraremos parte dos 511m de extensão e seus diversos tipos de espeleotemas, que vão muito além das mais famosas estalactites e estalagmites. Ah, e para quem tem um receiozinho de entrar em cavernas, saiba que tudo é iluminado por luz artificial, acompanhado de um guia e as passagens são bem largas.

A gruta foi descoberta em 1835 pelo dinamarquês Peter W. Lund, que hoje dá nome ao principal museu da região (Museu Peter Lund). Aqui, você entende um pouco mais sobre o trabalho espeleológico e vê fósseis vindos diretamente do Museu Natural de Copenhague.

Outra coisa que vale destacar, mas que você só vai entender quando estiver aqui, são as próprias estradas que levam aos atrativos. Com curvas, descidas e subidas que serpenteiam os vales e montanhas, a paisagem bucólica está garantida. Aliás, em um destes trechos, vale fazer uma parada na Estátua do Juquinha, que é uma homenagem a José Patrício, personagem quase mítico da região que, antes de falecer, vivia nas montanhas e oferecia flores aos viajantes.

Conheça aqui o roteiro que passa pela Estátua do Juquinha e aqui o que para na Gruta da Lapinha e Museu Peter Lund.

  • Cachoeiras da Serra do Cipó:

Bem, se existe uma coisa em abundância na Serra do Cipó é água. Além dos riachos e córregos, a infinidade de cachoeiras que você poderá se banhar ou apenas contemplar é gigante. As mais famosas são a Cachoeira do Tabuleiro, o Véu de Noiva e a Cachoeira da Farofa.

Cachoeira do Tabuleiro

A primeira porque ela é a queda d’água mais alta de Minas Gerais e a terceira mais alta do Brasil, com 273m de altura. Será um dia inteiro só para ela, e uma caminhada de 7km de ida e volta, mas o visual vale a pena. A segunda, com águas esverdeadas e 70m de queda, pode ser acessada pela Trilha dos Escravos, construída por eles em 1810. Primeiro veremos a cachoeira de cima, depois descendo, do pé. Já a terceira tem uma das trilhas mais bonitas que, a todo momento, dá relances da cachoeira já de longe.

Outra queda que vale ser citada é a Cachoeira Grande, um paredão de 50m de extensão de onde a água cai e que pode acessada por uma trilha de 15 minutos. Aliás, na parte de cima da queda, o Rio Cipó é mais calmo e perfeito para a atividade de caiaque ou stand up paddle. Ainda mais com o visual da Serra das Bandeirinhas ao fundo.

São muitas cachoeiras e poderíamos continuar citando várias, como a Cachoeira do Gavião, a das Andorinhas, as três quedas da Serra Morena, e ainda assim não teríamos abarcado toda a riqueza d’água da região. É viajar para explorar tudo.

Cachoeira Grande

Veja aqui o roteiro que passa por todas as cachoeiras citadas.

  • Pinturas rupestres na Serra do Cipó:

Dois atrativos que merecem ser destacados trazem dificuldades bem diferentes. O Vale do Travessão é um trekking pela parte alta do Parque Nacional da Serra do Cipó. Isso, além dos visuais impressionantes dos vales, serranias e campos vistos de cima, ainda fica mais belo quando terminamos no divisor natural das bacias hidrográficas do Rio Doce e São Francisco. O primeiro corre para esquerda de quem chega no Travessão, e o segundo para a direita. 

Vale do Travessão

E para você que achou que ficaria longe das cachoeiras, nada melhor que um banho na Cachoeira do Descanso para relaxar depois do dia de caminhada. Ah, e se ficar atento, você pode encontrar algumas pinturas rupestres no caminho provando a ancestralidade da região.

Aliás, falando em pinturas rupestres, um passeio bem mais tranquilo é visitar o Vilarejo Lapinha da Serra. Depois da viagem de 4x4 até uma região de montanhas e lagoas, subimos em uma canoa a vara manejada por um nativo até um dos mais importantes sítios arqueológicos da região, com mais de 200 pinturas rupestres datadas de até 7.000 anos.

Com tamanho acervo, o guia explicará detalhadamente a história dos antepassados na região. E como todo passeio acaba em… cachoeira, depois de uma refeição no fogão a lenha e tempo para contemplar o povoado, terminamos o passeio na Cachoeira do Rapel.

Confira aqui o roteiro que passa por Lapinha da Serra.

  • Travessias da Serra do Cipó:

Aos que procuram uma dose extra de aventura, nada melhor do que fazer uma travessia. O Parque Nacional conta com um trekking de 40km feitos em três dias que começa na antiga portaria Alto Palácio, no norte da Serra do Cipó, e segue em direção sul-sudeste até a Serra dos Alves, no município de Itabira: a Travessia Alto Palácio x Serra dos Alves.

Pelo caminho, teremos vestígios arqueológicos, passagens arriscadas, vistas dos cumes da região (Pico do Breu, da Lapinha e Pedra do Elefante) e trilhas utilizadas pelos tropeiros antes da demarcação do Parque Nacional. Aliás, os dois abrigos (Casa de Tábuas e Casa dos Currais) eram antigos paióis de criadores de gado que ainda guardam os fogões à lenha e catres usados para descanso.

Outro que dá as caras é o Travessão. Só que dessa vez, além de contemplarmos a divisão das bacias hidrográficas, a formação rochosa também serve de passagem (aliás, a única pela montanha) de quem vai do norte ao sul da Serra do Cipó. A atenção deve ser redobrada já que quem nos acompanha de um dos lados é uma cachoeira de 25m e, no chão, uma cobertura vegetal instável.

Como dá para perceber, é essencial o acompanhamento de um guia. Só com ele você tem segurança nos momentos mais complicados. Inclusive, a via não é muito bem marcada, então para que correr o risco de se perder? Para isso, confira aqui o roteiro da travessia da Pisa Trekking com os melhores guias da região.

Aliás, se achar que três dias são muita coisa, você pode se testar com um trekking mais leve de 27km em dois dias, partindo também de Alto Palácio, mas terminando em Cabeça de Boi, pequeno povoado do município de Itambé do Mato Dentro: a Travessia Alto Palácio x Cabeça de Boi. No povoado, teremos uma refeição caseira para recuperar as energias, mas até lá poderemos nos refrescar na Cachoeira da Maçã e na Cachoeira do Intancado. Veja aqui este roteiro.

  • Serra dos Inhames (Expedição Vale do Paraíso):

Falando em povoados, uma última opção é o Rancho Vale do Paraíso, no povoado de Inhames, à direita do Rio Cipó. Usado até hoje como acesso para tropeiros que, inclusive, você poderá experimentar montar em uma mula.

No rancho, a vivência será sinônimo de retiro natural. Com trekkings curtos propícios para viagens de pais e filhos, a área oferece cachoeiras e campos tão belos quanto os do resto da Serra do Cipó. Mas sem acesso a carros, muito menos luz elétrica, as instalações são perfeitas para quem deseja meditar, alongar ou até praticar ioga em meio às montanhas.

Apesar disso, vale destacar que o trekking não é tão simples, com três horas de subida e três outras de descida, que ficam um pouco mais difíceis com um caminho de pedras soltas. Ainda assim, seus pequenos estão convidados para começar a dar os primeiros passos na vida ao ar livre, até porque a aventura acontece em uma propriedade privada, que estará totalmente a serviços dos clientes Pisa Trekking.

Conheça aqui o roteiro para a Serra dos Inhames.

 

Pois bem, agora que você sabe tudo que pode ser feito na Serra do Cipó, falta só marcar a viagem. Para isso, conte com os serviços da Pisa Trekking. Especialistas em viagens de ecoturismo, nós oferecemos roteiros para o Brasil e o mundo. Confira aqui todos os nossos pacotes para a Serra do Cipó, tire todas as suas dúvidas com nossos atendentes e boa aventura!

 

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2 Comentários em: “Serra do Cipó: Quando ir, onde fica, o que fazer?

  1. Gostei muito das informações contidas, a respeito do Parque do Cipó. Gosto muito desse tipo de passeio, mas já sou uma senhora de idade. Gostaria que tivessem caminhadas mais leves que estariam de acordo com minhas condições físicas.

    1. Olá, Ieda! Temos alguns pacotes que não necessitam um condicionamento físico tão exigente. Caso tenha interesse em outras regiões, temos até passeios de um dia, para aproveitar uma trilha em meio à natureza. Você pode conversar com nossos consultores para descobrir qual roteiro está de acordo com o seu momento. Basta preencher o formulário do nosso site https://www.pisa.tur.br/contato ou ligar no (11) 5053-5480. Estamos à disposição!

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