Aqui estou eu mais uma vez no fim do mundo, na cidade de Ushuaia, na ilha da Terra do Fogo no lado argentino. A cidade mais ao sul ou austral do planeta. Apesar de já ter estado aqui dezenas de vezes, sempre imagino-me como se estivesse na antiga Babilônia, tamanha a diversidade de idiomas que posso ouvir ao meu redor.
Assisto ao desfilar de pessoas com os cabelos despenteados pelo vento, e fileiras de jaquetas a prova de vento, percorrendo as pequenas ruas. Algumas jaquetas adornadas com peles e outras muito simples.
Turistas de todas as partes do mundo. Alguns sofisticados que descem dos cruzeiros 5 estrelas e sujam os pés de terra pela primeira vez. Eles normalmente são surpreendidos por uma rápida tempestade no meio do caminho entre o porto onde o navio foi atracado e os ônibus de turismo que os levarão para conhecer as paisagens do Parque Nacional da Terra do Fogo. Todos se enfileiram para fazer a navegação pelas ilhas até o farol Les Eclairs, estância Harberton, no Canal de Beagle, avistando milhares de cormoranes (aves que de longe parecem pingüins), centenas de lobos marinhos e até milhares de pinguins magalhânicos no verão.
Outros turistas se misturam a estes, mais simples no modo de se vestir, mas com gostos muito mais sofisticados, carregando suas enormes mochilas cargueiras montanhas acima. Ainda encontram-se aqueles que se deslocam de seus países em pequenos grupos dentro de jeeps, motos ou bicicletas em ritmo de expedição. E há ainda os que viajam sozinhos. Todos têm o mesmo objetivo: conhecer o fim do mundo.
Ushuaia quer dizer em língua dos índios Yamanas, que habitavam anteriormente o local, “baía que adentra ao poente ou ao oeste”. Apesar da proximidade com a Antártica, apenas 1.000 km, a temperatura é agradável e no verão a média é de 15ºC, enquanto que no Inverno é de -8ºC.
No verão, podemos caminhar com botas ou tênis de caminhada, calças de suplex de caminhada, fleeces e capas de chuva ou anorak. Já no inverno, o ideal é usar calças duplas de ski, roupas térmicas, fleeces, jaquetas de ski e botas duplas forradas. Esse equipamento de inverno pode ser alugado localmente.
Tanto no verão quanto no inverno, as atividades principais da cidade são as caminhadas, alternando-se entre trilhas de terra no verão e de neve no inverno. Em ambas as épocas, podemos navegar pelo Canal de Beagle e avistar os leões marinhos e o farol Les Eclairs que é o cartão postal de Ushuaia. Agora se os esportes de neve são a sua praia, vá no inverno: ski e pista, trenós puxados por huskies e motos de neve.
Uma cidade que encanta pela diversidade térmica, ou seja, sol, chuva, vento e neve, tudo pode acontecer em um mesmo dia. Encanta ainda por sua beleza natural e, quando avistada do Canal de Beagle cercada pelas montanhas que a rodeia (Martial, Olívia e Cinco Hermanos), Ushuaia parece uma pérola encravada no final da América do Sul.
Caminhar por suas ruas é poético. Sentar-se em um café e observar as pessoas passando também é um dos esportes locais mais praticados além da caminhada, escalada, entre outros. Os bosques que circundam a cidade parecem ter saído de um desenho da Disney, ou será que foi o contrário? O azul do céu contrasta com as montanhas nevadas e os glaciares possuem a distância exata para serem alcançados pelas pessoas. Vento e sol. Chuva e frio. É possível sentir todas as sensações: ar, água, terra e fogo.
Ushuaia, a cidade mais austral da América, onde o vento faz a curva, envolve tantos mistérios como, por exemplo, o de tentar entender a coragem dos primeiros exploradores que foram para a Antártica ou dos animais como pinguins e leões marinhos que escolhem aquele local para viver, ou mesmo ouvir as lendas dos índios nus que viviam naquela terra fria e que hoje não mais existem.
Nessa terra somos todos iguais. Tomamos consciência da dimensão da natureza e força, podendo ainda admirar muitas das maravilhas que Charles Darwin relatou em sua viagem.
A Patagônia em si é emocionante, mas Ushuaia passará para sempre a viver em seu coração, por mais distante que estiver dela, durante a sua vida.
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