O Egito é muito mais do que ouvimos falar.
Quem pensa que se resume a pirâmides, areia e múmias, eu sinto informar que está redondamente enganado. Tem tudo isso e muito mais.
Necrópole de Gizé
As pirâmides, que são as atrações da Necrópole de Gizé, despertam um fascínio e são hipnóticas.
Escolhemos um hotel que tinha vista para as pirâmides e pensei que após vê-las a curiosidade já teria passado. Mas ao contrário, eu fiquei com as cortinas abertas a noite inteira, já que era noite de lua cheia, apenas para contemplar a silhueta dos monumentos.
Já nos sentimos especiais pela vista privilegiada, mas a visita ao complexo foi mais surpreendente.
Apesar de ser uma atração turística muito popular, o lugar é tão grande que perdemos a noção dos tamanhos. É inacreditável que tenham sido erguidas em 2.560 A.C., e que possuam cerca de 4.580 anos de idade.
Vista do hotel para pirâmides
Obra de três faraós: Keops, Kefren e Miquerinos. Avô, pai e neto, e as pirâmides seguem a cronologia por ordem de altura também. Pirâmide de Keops, ou Khufu, é a mais alta, com 147m de altura, e considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, estimando-se que pese 5,9 milhões de toneladas, sendo feita em pedra calcária. A Pirâmide de Kefren, com seus 136,40m, é muito imponente, e também é feita de pedra com blocos de 2 toneladas cada. E por fim a Pirâmide de Miquerinos, com seus 61m, completa a visão das obras megalíticas.
No complexo ainda há o barco solar, outras pirâmides pequenas e menos famosas.
Havia a possibilidade de visitação às câmaras internas das pirâmides, e eu e a minha amiga nos aventuramos na opção de ingresso mais barato, pois haviam me dito que não havia nada para ver dentro dela.
Eu e minha amiga (Paula) nas Grandes Pirâmides
No interior não tem nada além do túnel, mas a caminhada nos remete aos mais clássicos filmes de aventura. Os túneis não são sufocantes, são iluminados e diversas pessoas os percorrem em filas indianas. Não há tesouros ou múmias, apenas os que a nossa imaginação consegue projetar. A obra arquitetônica remete ao útero materno, cheio de acolhimento e nenhum terror.
Daí, quando você acha que já viu tudo, você se depara com a Esfinge (escultura de uma criatura mítica com corpo de leão e cabeça humana). Ela parece ser uma sentinela pronta para ganhar vida protegendo as enormes pirâmides.
O tempo voa ao percorrermos o imenso Complexo de Gizé, e no final, quando voltamos para o hotel, ainda ficamos com o gostinho de “quero mais”. Para quem gosta, ainda é possível andar em camelos ou cavalos em volta das pirâmides, aí vai da consciência de cada um.
Lojas
As lojas no Egito são praticamente iguais e quase todas vendem os mesmos objetos. Assim, não se desespere para comprar nada, pois com certeza vai encontrar o mesmo produto igual em outra loja.
Você vai encontrar: tapetes, estátuas de resina e pedra, camisetas, batas, instrumentos musicais, réplicas de pirâmides e esfinges e de antigos deuses egípcios. Além de “narguiles”, caixas em marchetaria, uma infinidade de artefatos para alegria dos turistas ávidos por lembrancinhas.
Há ainda as casas de especiarias, onde se pode adquirir chás e especiarias. Bem como as casas de essências, onde você encontrará a essência que era usada pela Cleópatra. Será? A essência é ótima sendo ou não verdade.
Imaginação à parte, o problema é que os comerciantes parecem moscas à nossa volta nos abordando de todas as formas para que compremos os produtos de suas lojas. Um leve olhar é o bastante para um vendedor não sair do seu pé durante muitos minutos. A tática é vencer pelo cansaço. Se quiser se “salvar” desse ataque, ignore, pois um simples “não” é interpretado como início de negociação. Assim, ignore. Não é falta de educação, é sobrevivência.
Para comprar ainda precisa pechinchar. E para quem gosta é um prato cheio. Eu não gosto muito e acho que cobrar um preço para cada pessoa é abusivo, mas o costume local tem que ser respeitado. Assim, exceto os supermercados e restaurantes: pechinche. Os valores iniciais poderão cair entre 30% e 50%.
Mulheres, Segurança, Comida e Dinheiro
As mulheres são muito abordadas, e as estrangeiras com cabelos e olhos claros são abordadas para tirarem fotos. Quando você perceber, estará posando para uma foto em família e você estará carregando o bebê, como uma celebridade.
É um povo muito alegre e amigável. Entretanto, não é muito seguro para mulheres estrangeiras, assim, não ande sozinha pelas ruas e nem à noite. Mulheres são alvo de bandidos de todas as espécies.
Fique dentro das "bolhas" turísticas de sua agência de viagens que não passará por nenhuma situação estranha. Os guias locais são muito competentes e alguns até falam português e conseguem colocar ordem no caos e proteger os turistas.
Além disso, a religião predominante é a Islâmica, e há um código de vestimenta onde as mulheres não devem expor ombros, pernas, usar roupas coladas ao corpo ou decotes. E nas mesquitas é obrigatório cobrir a cabeça. Roupas de caminhada em geral são bem aceitas e bem cômodas e você pode lavar as camisetas de dry fit à noite e deixar secando no hotel para usar depois.
O país é seguro nas zonas turísticas, e como eu disse, você não será abordado por um bandido armado, mas os comerciantes poderão lhe cobrar o preço que quiserem por uma mercadoria.
A comida é muito boa. Cozinha árabe, fresca e sem pimenta. E como o turismo é a principal renda do país, a comida é adaptada para os paladares estrangeiros. Não são vendidas bebidas alcoólicas, exceto em alguns hotéis.
Dinheiro: leve dólares ou euros. Você poderá trocá-los no caixa eletrônico dentro do hotel que sempre está abastecido. E prepare-se para dar gorjetas. O Egito é movido por gorjetas.
Há um valor médio já estipulado: entre US$ 2 a US$ 10/dia ou serviço. No navio, a gorjeta é fixa em US$ 50 por pessoa e é entregue no final do passeio. Os guias recebem US$ 10/dia de guiada. E os ajudantes ou motoristas: US$ 5. Carregador de malas: US$ 2/mala. Já faça a sua previsão de gastos. Eu geralmente faço essa previsão e já separo o dinheiro em um envelope separado dos gastos gerais de viagem como alimentação e compras. As gorjetas são uma forma que eles encontraram de melhorar a prestação de serviço e aumentar o salário dos trabalhadores e eles se empenham nisso. Assim, não deixe de dar pois faz parte da cultura.
Museu do Egito e Grande Museu Egipcio
Mesmo para quem acha que os museus são chatos, o Museu do Egito vai te conquistar. São diversos andares completamente abarrotados com tesouros: múmias, sarcófagos, estátuas, adereços. Tudo dividido por dinastias. E os faraós - Akhenaton, Tutankamon, Ramsés II e Hatshepsut - são os mais famosos e visitados.
Akhenaton, pai de Tutankamon e casado com Nefertiti, teve a ousadia de transferir a capital de Tebas para o deserto e trocou seu nome de Akhenamon para Akhenaton em homenagem ao deus Aton.
Tutankamon, filho de Akhenaton, é o faraó que teve um dos reinados mais curtos e é o mais conhecido internacionalmente por causa do seu fantástico tesouro de ouro e sua modesta tumba intocada.
E Ramsés II, que teve um longo reinado e colocou seu rosto em quase todas as estátuas do Egito. A maioria dos templos foram erguidos e reformados por ele.
Hatshepsut, a faraó mulher que foi recentemente descoberta.
O museu possui diversos outros "museus" com salas especiais para as joias de Tutankamon, incluindo a máscara de ouro sólido, e outra sala para as múmias, onde descansam os faraós e nobres. As múmias são preservadas em ambiente climatizado e descansam em caixões de vidro onde os turistas podem apreciá-las.
(Em Tempo: as múmias de 18 faraós e 4 rainhas, foram em 03 abril/21, transferidas para o Museu Nacional da Civilização Egípcia, em um desfile na pela cidade do Cairo com cortejo real chamado "Desfile de Ouro dos Faraós", saiba mais).
Algumas parecem estar dormindo e outras parecem ter inspirado os filmes “Múmia”. É fascinante o respeito das pessoas que adentram essa câmara, o silêncio impera como um sinal de respeito e reverência aos antepassados ilustres desta terra.
A múmia de Tutankamon repousa em sua tumba no Vale dos Reis.
Mas, estão perguntando: e a Cleópatra? A sua múmia ainda não foi encontrada e nem há tantos artefatos devido ao momento histórico e guerras em que ela viveu. Entretanto, ela segue eternizada nos filmes.
O Museu do Egito fica no Cairo e o Novo Museu fica próximo às pirâmides. Esse último, sem previsão de inauguração, abrigará todas as peças que hoje estão armazenadas no porão do Museu do Egito.
Templos e Vale dos Reis
A nossa visita aos templos de Luxor e Karnak nos transporta para outra dimensão: as enormes estátuas de Ramsés II, as paredes esculpidas e os obeliscos. E quando você acha que já viu tudo, a sua visita segue para o Vale dos Reis.
Pensa em um lugar quente! E aumente o termostato ao máximo. As temperaturas nesse lugar chegam no verão a 70ºC na sombra. Deve ter sido por isso que foi escolhido para o repouso dos faraós. Aquele lugar seca até a nossa sombra.
Após as pirâmides terem sido saqueadas, os egípcios alteraram seus sepultamentos, deixando de erguer grandes edifícios para guardar seus governantes para o mundo além vida, para as tumbas embaixo da areia.
Essas tumbas são imensas e inacreditáveis, pois parecem que acabaram de ser pintadas. As cores e os desenhos são vívidos. São quentes e valem a pena ser visitadas.
Bem no coração desse vale está a Tumba KV62, ou mais conhecida como a tumba de “Tut ank amon”. Descoberta em 1922 pelo arqueólogo Howard Carter, essa pequena tumba, bem diferente das outras, sendo bem modesta em câmaras, inscrições, mas seu faraó, e um dos seus sarcófagos descansam em grandes caixas de vidro e ninguém ousa incomodá-los.
Uma terra de grandes construtores, faraós, e conquistadores como: Júlio César, Alexandre (o Grande), o Egito é um livro de história pulsante. Você verá e sentirá a vida deles.
Cruzeiro no Nilo
Eternizado pelo livro de Agatha Christie, “Morte no Nilo”, o cruzeiro é tudo menos assustador. Aliás, o livro também não é assustador, apesar do nome ser.
O cruzeiro nos faz entender melhor o Egito, pois durante o cruzeiro, descemos ou subimos o Nilo praticamente no ritmo do rio. Não é o Rio Amazonas, mas é um rio largo dentro do deserto. É o rio mais extenso da África.
Você verá aves, plantações, pessoas que vivem no seu entorno e a natureza. É um lugar longe da confusão turística.
Os serviços dos navios variam de 3 a 5 estrelas. A navegação dura 4 dias e tem alimentação inclusa, exceto bebidas. A alimentação é em sistema buffet. A comida é variada e agrada a todos os paladares.
As cabines são limpas e confortáveis. E há uma pequena piscina no topo dos navios que serve para se refrescar ou apenas para confraternizar. Nessa piscina as mulheres podem usar roupas de banho.
A tripulação é sempre muito atenciosa. Durante o cruzeiro, há apresentação de danças típicas, entre elas a dança do ventre.
O cruzeiro faz algumas paradas e uma das mais impressionantes é o um templo às margens do Rio. Geralmente, a navegação começa em Luxor e termina em Aswan ou ao contrário.
Opcionais – Passeio de Balão, Vila Núbia, Templo de Isis (Philae) e Abu Simbel
Voo de Balão – Voar em um balão é uma das experiências mais incríveis. Sobrevoamos o Vale dos Reis e das Rainhas em Luxor ao nascer do Sol. É surreal ver o dia nascer sentindo todos os aromas do dia, a brisa e o frio das noites no deserto. Para quem não tem medo de altura, é uma atividade que eu recomendo, pois vale cada centavo.
Vila Núbia – É um opcional que eu também indico para conhecer uma vila, bem turística e bem núbia. Ou seja, única. E ainda há possibilidade de dar um mergulho no Nilo. Pode-se fazer tatuagem de henna, comprar mais lembrancinhas e até tirar foto com jacaré.
Templo de Philae – O templo de Ísis. Muito bonito e onde Cleópatra vinha todos os anos consultar os oráculos. É um dos únicos templos do Egito onde mostra Ísis com seu filho: Hórus.
Abu Simbel – É obrigatório. Achei um dos lugares mais sensacionais que eu já visitei.
São os maiores templos erguidos por Ramsés II e considerados como os mais bonitos.
São dois templos: Templo de Ramsés II, exaltando sua glória com 4 colossos na entrada, e outros no interior do templo, inscrições da sua bravura em batalhas e inimigos conquistados; e o Templo de Nefertari, sua esposa, com menos adornos e menos intimidador, exaltando a deusa Hator e dando ao lugar uma dualidade entre guerra e acolhimento, e demonstrando que a nação egípcia naquela época era forte, atualizada, e impiedosa com os inimigos.
Esses templos foram originalmente construídos por Ramsés II no século XIII, próximos à fronteira do Egito com o Sudão. Ele ficou esquecido e apenas em 1813 foi redescoberto. Entretanto, com a criação da represa em Assuan, ele teve que ser cortado e transportado pedra por pedra 61 metros montanha acima. E hoje repousa à beira do Lago Nasser.
Esses templos ficam a 4 horas de distância de Aswan e a forma mais comum de visitação é em vans fretadas. São 4 horas para ir e mais 4 para voltar. É longe, mas vale cada segundo da viagem, pois viajamos literalmente dentro do deserto.
Nesse complexo de templos encontramos lojas (claro) e foi o lugar onde os lojistas são menos agressivos, com isso podemos ver melhor as coisas e até fazer algumas compras sem qualquer pressão.
Cairo, Mercado Khan-El-Khalili, Cidade dos Mortos, Igreja e Gruta abrigo da Sagrada Família
Cairo é uma cidade fervilhante. O centro é como todos os centros: caótico e apinhado de pessoas. Vale a pena conhecer, mas tome cuidado, fique com seu guia.
O famoso Mercado Khan-El-Khalili é bem famoso, mas não achei que valeu a pena, pois os produtos à venda eram exatamente iguais a todos que já havíamos encontrado em outras lojas durante a viagem. O lugar é diferente e tradicional. Mas o Gran Bazar em Istambul é imperdível, já o egípcio eu achei perigoso, apesar de tradicional.
Visitamos a Mesquita de Alabastro e pudemos sentir a força da fé. A Mesquita é linda e vale a visita. Mas as mulheres têm que cobrir a cabeça.
Ainda, para os curiosos, católicos ou coptas (como os egípcios chamam os cristãos), pode-se conhecer a igreja de São Sérgio. A pequena igreja abriga uma gruta no subsolo onde José e Maria se esconderam com Jesus. Há uma rota de peregrinação que recria os passos da Sagrada Família e passa por esse lugar. Vale a pena conhecer e fica dentro da cidadela que foi uma cidade medieval.
Muitos vão perguntar: e a Cidade dos Mortos? Não é uma cidade e nem perca tempo para conhecê-la pois vai se decepcionar: é um cemitério árabe onde a população carente ergueu suas moradias em meio aos túmulos, que não são de seus antepassados. Não é um lugar seguro e há relatos de assaltos. Não indico, o nome é muito sugestivo, mas a realidade é outra.
Por outro lado, o Cairo possui uma área metropolitana à beira do Nilo moderna com um dos maiores shopping centers da África e hotéis luxuosos.
Escolha a melhor época para você
Eu não gosto de calor, assim prefiro viajar quando as temperaturas são mais amenas: de dezembro a março.
De junho a setembro é a época mais quente e de maior movimento de turistas.
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