Ao contrário do turismo tradicional, em que o viajante assume uma posição passiva frente ao destino em que ele se encontra, o ecoturismo busca colocá-lo lado a lado com a natureza e com a cultura local, criando nele um senso de responsabilidade e o incentivando a gerar um impacto positivo. Hoje, o Blog Vida ao Ar Livre explica de que forma o ecoturismo se relaciona com a sustentabilidade, e não apenas com passeios na natureza.
Definir para entender
O ecoturismo teve origem na década de 1970, durante o movimento ambientalista. Porém, a primeira pessoa a utilizar esse termo foi o arquiteto mexicano Hector Ceballos-Lascurain, em 1983. Segundo ele, “Ecoturismo é o turismo que envolve viajar para regiões naturais relativamente imperturbadas com o objetivo específico de estudar, admirar, e aproveitar o cenário, as plantas e os animais selvagens, bem como qualquer aspecto cultural encontrado nessas áreas.”
Ele dizia que o ecoturismo implicava uma abordagem científica, estética ou filosófica, embora o “ecoturista” não precisasse ser um cientista, artista ou filósofo profissional. Como consequência da sua imersão, o “ecoturista” se sentiria conectado ao ambiente natural e aos seus aspectos culturais, e eventualmente se transformaria em alguém envolvido nas questões de conservação da natureza.
A literatura sobre o tema se expandiu ao longo dos anos, mas a intenção original de Hector se manteve. Hoje, o ecoturismo é uma alternativa ao turismo de massa que busca valorizar a natureza e a cultura local, e conscientizar o viajante a respeito do seu papel nesse ecossistema. O turista ganha uma importância que vai além do momento da viagem; ele não é mais um mero consumidor, e sim um propagador dos princípios do ecoturismo.
Como isso ocorre na prática
Nos últimos anos, os princípios de Não Deixe Rastros se tornaram quase indissociáveis do ecoturismo, e eles ilustram a responsabilidade que o turista assume quando decide fazer uma viagem dessa natureza. Ao total existem 7 princípios, que determinam que o viajante deve deixar o lugar visitado da maneira que ele o encontrou.
Acampar em superfícies duráveis, como grama seca ou cascalho, a pelo menos 60 metros de distância da água; evitar o uso de fogueiras ou, então, apagá-las completamente antes de dormir ou de deixar o acampamento; levar de volta tudo o que trouxe, como restos de comida e embalagens; entre outras determinações fazem parte do grupo de condutas que devem ser respeitadas.
Porém, o turista também auxilia a natureza e a comunidade local no momento em que ele escolhe empreender uma viagem para um parque nacional ou uma unidade de conservação. O dinheiro do ingresso de entrada, da estadia, e da compra do artesanato, por exemplo, é revertido em fundos para manter aquela região e promover a sua conservação. Podemos argumentar, inclusive, que a própria atenção que o viajante dá àquela região já é benéfica para ela.
E como o ecoturismo não abarca apenas a natureza, mas também as comunidades que vivem dela, ao verem a sua região valorizada e sendo procurada por mais pessoas, os moradores locais se sentem mais incentivados a cuidarem dela e a permanecerem na região para se tornarem propagadores e preservarem suas origens.
Um exemplo emblemático disso encontra-se na Chapada Diamantina: uma vez que ela se tornou um parque nacional, os seus moradores pararam de desmatar suas terras para cultivar café, e puderam passar a viver do turismo local. Ou seja, no final, todos saíram ganhando, pois quem já fez uma viagem de ecoturismo sabe que a experiência de ser acolhido por moradores locais é muito mais enriquecedora do que de se hospedar em uma rede internacional de hotéis.
Por isso, o ecoturismo também envolve um esforço intencional do turista no momento de escolher a agência ou o guia que irá acompanhá-lo na viagem, e da sua estadia. É preciso pesquisar bastante para descobrir quem realmente se importa com a região e que se compromete com a sua proteção.
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Excelente artigo!
Sem dúvida, o ecoturismo é importantíssimo e devemos sempre divulgá-lo.
Infelizmente, com esta pandemia toda, eu ainda continuo relutante para fazer umas viagens. Mas, assim que conseguir tomar a vacina e a maioria da população estiver vacinada, espero retomar minhas atividades normais e também, poder viajar mais!