Aderir ao turismo sustentável é cada vez mais necessário. Ao escolher uma viagem, é preciso garantir que ela irá gerar impactos positivos nos âmbitos sociais, econômicos e ambientais. Mas, ao contrário do que pode parecer, fazer isso não é difícil. Hoje, o Blog Vida ao Ar Livre te ensina como escolher uma viagem sustentável.
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Ficando perto de casa
Visitar destinos próximos à sua casa de carro ou ônibus é uma maneira de diminuir a emissão de gás carbônico na atmosfera - uma vez que se elimina a necessidade de pegar o avião - e ainda de valorizar a sua cultura local, que muitas vezes pode ser preterida em comparação com passeios mais longínquos.
Existem diversas viagens rodoviárias que podem te levar a parques nacionais próximos à sua cidade, fazendo com que, em apenas um final de semana, você passe a conhecer melhor as paisagens e a cultura da região em que você mora. Para quem é de São Paulo, por exemplo, é possível visitar lugares como o Complexo do Baú, o Parque das Neblinas e o Parque Nacional do Itatiaia sem muito esforço, mas com muitas recompensas.
A preocupação com os impactos ambientais negativos das viagens aéreas está se tornando cada vez mais evidente ao redor do mundo. Na última segunda-feira (12), por exemplo, a França decidiu pela suspensão de voos domésticos em rotas que podem ser percorridas por trem em menos de duas horas e meia.
Outros países europeus também já apresentaram discussões semelhantes. Na Áustria, voos domésticos foram banidos onde rotas podem ser feitas por trem em menos de três horas, e existe uma taxa extra de €30 para todos os voos que percorrem menos de 350 km. Já a Holanda vem tentando proibir voos de menos de 100 km desde 2013, mas ainda sem sucesso.
Apoiando lugares que precisam de ajuda
Outra boa opção é basear a escolha do seu destino de viagem de acordo com os lugares que mais precisam do seu apoio. Com a pandemia da COVID-19, muitos destinos ao redor do mundo sofreram com perda de receita em decorrência da diminuição do turismo. E no caso do Brasil, muitos guias informais também não tiveram direito ao benefício de 600 reais do governo federal.
Em São Paulo, as cidades litorâneas foram algumas das mais afetadas. Em Ubatuba, o começo da pandemia provocou uma queda de 90% na circulação de turistas, deixando mais de 800 agências, restaurantes e meios de hospedagem praticamente sem clientes. Outras cidades tipicamente turísticas, como Bonito, em Mato Grosso do Sul, passaram a distribuir cestas-básicas aos seus guias locais.
Mas o turismo que busca apoiar destinos afetados por tragédias já existia antes da pandemia. Porto Rico, por exemplo, desenvolveu um setor turístico robusto depois de ter sido devastado pelo Furacão Maria em 2017. Em 2019, o jornal New York Times o colocou no topo da sua lista de “52 lugares para visitar em 2019” com a justificativa de que o país representava “diversos destinos frágeis ao redor do mundo”.
Priorizando o bem-estar dos animais
Muitos viajantes amam animais e baseiam suas viagens em atividades que permitem observá-los e interagir com eles. Mas é preciso ter cuidado. Enquanto safáris respeitáveis garantam uma distância saudável entre turista e animal, proporcionando uma maneira de arrecadar dinheiro através da proteção e valorização da natureza, existem outras atividades que abusam dos animais e causam danos invisíveis aos olhos do turista.
Algumas atividades a serem evitadas incluem passeios nas costas de elefantes e camelos, selfies com tigres e leões, e espetáculos com macacos que dançam. Animais utilizados para entretenimento raramente têm boas condições de vida, e o contato contínuo com humanos pode até promover a contração de doenças como ocorre no caso de chimpanzés e gorilas, que podem contrair doenças respiratórias humanas.
Por isso, é importante escolher destinos que não incentivam esse tipo de atividade, e selecionar passeios organizados por empresas confiáveis que apresentam algum tipo de certificação ética. Empresas afiliadas ao World Wildlife Fund (WWF), por exemplo, cumprem com requisitos rígidos e têm a garantia de serem organizações éticas.
Escolhendo áreas marinhas protegidas
Se você está com vontade de visitar o litoral brasileiro, que tal então priorizar as áreas consideradas Unidades de Conservação Marinhas? Essas são áreas reconhecidas por lei cujo propósito é a proteção da biodiversidade, dos ecossistemas e das paisagens costeiras. Existem 67 UCs Marinhas no Brasil, e a lista completa pode ser conferida aqui, no site do ICMBio.
As Unidades de Conservação buscam assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da região - regularizando as atividades extrativistas, por exemplo - bem como proteger espécies de animais ameaçadas de extinção, servir como refúgio para a vida silvestre, e conciliar o turismo organizado com a preservação dos recursos naturais. Destinos famosos como Fernando de Noronha, Jericoacoara e Lençóis Maranhenses abrigam Unidades de Conservação.
Escolhendo bem os hotéis e restaurantes
Uma viagem sustentável vai além do destino que você pretende visitar. Uma vez definido isso, ainda é preciso fazer uma escolha consciente a respeito da sua hospedagem e dos restaurantes em que você pretende comer, especialmente quando as opções são tão vastas.
Por isso, busque sempre priorizar pousadas e hotéis que respeitam a natureza e as comunidades locais, e que demonstram um comprometimento sério com essas pessoas. Pousadas como a Uacari Lodge, na Amazônia, contratam funcionários provindos das comunidades ribeirinhas da região, e pensam na sua arquitetura de forma a integrá-la da maneira mais natural possível ao seu entorno.
Busque escolher, também, restaurantes pequenos e administrados por famílias locais na hora de matar a sua fome. Experiências em estabelecimentos assim costumam ser até mais memoráveis e interessantes do que em grandes franquias. Em Cuba, por exemplo, casas são transformadas em restaurantes chamados “paladares”, e as cadeiras e mesas são posicionadas na sala, nos corredores, e nos quartos da residência.
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