Diamantina MG – Ecoturismo, Cultura e Aventura na Serra do Espinhaço

A cidade de Diamantina, no interior de Minas, é base para diversas atividades na Serra do Espinhaço. Há muitas trilhas, cachoeiras e grutas espalhadas pela região, que são complementadas por visitas a museus, igrejas e vilarejos pitorescos que nos ensinam sobre o passado colonial do Brasil. O resultado é uma viagem rica em cultura e aventura.

A seguir, o Blog Vida ao Ar Livre conta mais sobre os principais atrativos de Diamantina e da Serra do Espinhaço.

Cultura em Diamantina
  • Centro histórico

O centro histórico de Diamantina, tombado como Patrimônio Mundial pela UNESCO, é um verdadeiro museu a céu aberto. Suas ruas de pedra, cuidadosamente preservadas, nos remetem à vida no século XVIII, enquanto os casarões coloniais revelam a grandiosidade e o requinte que marcaram a era da exploração de diamantes na região.

  • Igrejas

Diamantina é conhecida por suas igrejas barrocas, sendo a Catedral Metropolitana a principal delas. Erguida em 1933 no local da antiga Igreja Matriz de Santo Antônio do século XVIII, ela representa o coração do centro histórico da cidade.

Além dela, temos a Igreja de São Francisco de Assis, um exemplar marcante do estilo barroco, com uma fachada ricamente ornamentada e detalhes que refletem a exuberância da época, e a Igreja do Rosário, que cativa os visitantes com sua elegância e simplicidade.

  • Museus

Com uma história tão rica, é claro que Diamantina também é repleta de museus. O Museu do Diamante, por exemplo, reúne arte sacra, armamentos, fotografias, diamantes e balanças de pesagem de ouro, com o objetivo de contar um pouco sobre a história do extrativismo na região.

A cidade também possui museus nas casas onde viveram Juscelino Kubitschek, ex-presidente do Brasil, e Chica da Silva, famosa escrava alforriada, que contam com exposições sobre suas vidas através de objetos pessoais, mobiliário e documentos.

Diamantina, MG

Foto: Zé Rocha

Natureza pela Serra do Espinhaço
  • Parque Estadual do Biribiri

O Parque Estadual do Biribiri é uma área de preservação ambiental localizada ao lado de Diamantina. Ele abriga uma diversidade de ecossistemas, incluindo cerrado, Mata Atlântica e campos rupestres, pontilhado por cachoeiras e uma rede de trilhas que levam os visitantes por diferentes ambientes.

Uma das características únicas do parque é a presença da Vila de Biribiri, um antigo conjunto habitacional construído para os trabalhadores de uma usina hidrelétrica no final do século XIX. As construções históricas, como casas, igrejas e escolas, foram preservadas e podem ser visitadas hoje.

  • Cachoeiras da Sentinela e dos Cristais

Dentro de Biribiri, uma das cachoeiras mais famosas é a Cachoeira da Sentinela. Com uma queda d'água de aproximadamente 20 metros, ela possui um poço natural cristalino perfeito para mergulho. A trilha para chegar à cachoeira é curta e fácil, tornando-a acessível a pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico.

A Cachoeira dos Cristais é outra que também vale uma visita. O local é conhecido por suas formações rochosas únicas, que se assemelham a cristais quando banhadas pelo sol. A sua queda é um pouco menor, com 15 metros de altura, e seu poço rende um banho delicioso.

  • Gruta do Salitre

A Gruta do Salitre é uma das atrações naturais mais impressionantes da região. Localizada a cerca de 25 km do centro de Diamantina, ela oferece uma experiência subterrânea única, com um interior cheio de salões adornados com estalactites e estalagmites.

A gruta tem uma história rica, tendo sido explorada pela primeira vez em meados do século XIX por Joaquim Maria do Salitre, o que deu origem ao seu nome. A exploração da gruta geralmente é guiada, com especialistas locais fornecendo informações sobre a sua geologia e as descobertas arqueológicas ocasionalmente feitas no local. 

Foto: Lucas Bressan de Andrade

Trilhas e cicloturismo
  • Trilha Verde da Maria Fumaça

A Trilha Verde da Maria Fumaça faz parte do antigo ramal ferroviário que ligava Corinto a Diamantina. Embora grande parte da infraestrutura, como os trilhos, tenha sido removida desde sua desativação na década de 1970, ainda é possível encontrar vestígios de estações e pontilhões por lá, que enriquecem a caminhada dos visitantes.

O percurso possui uma altimetria constante e suave, e não é muito exigente fisicamente. Além da própria trilha, os viajantes podem explorar outros pontos de interesse ao longo do caminho, como pinturas rupestres, o povoado de Guindá e a Lagoa Azul. No total, a distância percorrida ao longo da trilha é de 16 km.

  • Caminho dos Escravos

Outra trilha que segue por antigas rotas de transporte de minérios é o Caminho dos Escravos, conectando Diamantina ao distrito de Mendanha. O caminho, como sugere o nome, foi construído por meio do trabalho escravo no início do século XIX.

Atualmente, essa rota é popular entre os entusiastas do ecoturismo, que são atraídos pelas cachoeiras deslumbrantes e panoramas indescritíveis que compõem os seus arredores. O trajeto tem 25 km e atravessa o Parque Estadual do Biribiri.

  • Trekking ao Pico do Itambé

A trilha ao Pico do Itambé, com 2.252 metros de altitude, é uma opção reservada para quem tem ótimo condicionamento físico. Apesar do trajeto de subida ter apenas 4 km, a jornada pode se estender por até 5 horas, dada a sua natureza desafiadora. 

O nome “Itambé” significa “Pedra afiada”, e desde o século XVI, esse é um marco referencial para desbravadores, bandeirantes e garimpeiros na região. Ao chegar ao topo da montanha, os aventureiros podem desfrutar da vista panorâmica da paisagem, apreciar o pôr-do-sol e relaxar no refúgio local.

  • Cicloturismo

Outra forma de conhecer a região é através do cicloturismo. Algumas das rotas coincidem com as trilhas que fazemos a pé, mas a bicicleta adiciona a vantagem da leveza e velocidade. As distâncias diárias dos roteiros de cicloturismo variam entre 20 km e 60 km, sendo indicados para indivíduos com experiência nesse tipo de atividade.

Foto: Miqueias Pires

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*Foto da capa por Pedro Vilela

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