Viagens de bicicleta: Para onde ir e principais dicas

Viajar de bicicleta é uma maneira sustentável e saudável de fazer turismo. O foco é nas paisagens que observamos ao longo do caminho e no vento batendo no rosto. Esse é um turismo mais “slow”, para aproveitar cada momento do percurso. Embora na maioria das vezes seja necessário bom preparo físico, existem roteiros de bicicleta para todos os tipos de pessoas. Hoje, o Blog Vida ao Ar Livre te mostra para onde ir e as principais dicas para as suas viagens de bicicleta. 

Para onde ir?

Durante a pandemia, houve um crescimento no mercado de venda de bicicletas, tendo em vista que o ciclismo é uma atividade que se faz ao ar livre, e que geralmente prioriza as regiões naturais e afastadas ao invés de grandes centros urbanos. Com tantas opções de roteiros de cicloturismo para você expandir as suas rotas, é garantido que você irá encontrar um que é a sua cara.

  • Roteiros nacionais

Para quem nunca praticou cicloturismo, uma boa introdução à atividade é o roteiro do Litoral Norte de São Paulo, que começa em Bertioga e vai até São Sebastião. A distância total é de 34km, que pode ser percorrida ao longo de um final de semana. O terreno é praticamente todo plano, e o roteiro é recomendado para todas as pessoas, independente de idade ou preparo físico.

O roteiro da Itupeva - Circuito das Frutas, no interior de São Paulo, também é ideal para iniciantes. São 82 km de distância no total, que podem ser feitos em 2 dias, passando por dez cidades do interior, como Atibaia, Jundiaí, Valinhos e Vinhedo. Ao longo do roteiro há uma vivência de mecânica básica e uma discussão sobre como planejar viagens de cicloturismo. 

A Rota das Baleias, em Santa Catarina, é um roteiro de nível moderado que cruza toda a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, onde há grande chances de se avistar as baleias que frequentam essa área de julho a novembro. No total, são cerca de 100km percorridos ao longo de 3 dias, desde Itapirubá, passando por lugares como Praia do Rosa e Garopaba, até a Guarda do Embaú

Já o cicloturismo na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, é indicado para pessoas com melhor condicionamento físico, tendo em vista que há terrenos acidentados com subidas íngremes. Essa região é repleta de formações vegetais únicas e cursos d’água, com destaque para atrativos como o Vale da Lua e a Catarata dos Couros. Esse percurso conta com cerca de 140 km no total, que podem ser percorridos em 4 dias.

O mountain bike em Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, é uma oportunidade única de conhecer uma paisagem ainda pouco familiar aos brasileiros: os cânions. De bicicleta, você percorre trilhas que passam por cima dos desfiladeiros e cortam os rios que irrigam a região. Para se refrescar durante esses 60 km de percurso, também são feitas paradas para banho em cachoeiras. Por contar com trechos de estradas não pavimentadas e terrenos íngremes, esse roteiro é considerado intenso.

Por fim, um roteiro indicado para ciclistas experientes e com bom condicionamento físico é Urubici - Serra Catarinense. Começando em ascensão pelas famosas curvas da Serra do Rio do Rastro, chega-se ao pé do Morro da Igreja, o ponto mais alto do Sul do Brasil. E depois, para relaxar, vai-se ladeira abaixo pela Serra do Corvo Branco. São 133 km no total, com subidas desgastantes e trechos técnicos, que podem ser percorridos em 3 dias.

  • Roteiros internacionais

No exterior, um dos melhores lugares para se fazer cicloturismo é a Itália. O roteiro de Emilia Romagna, por exemplo, é indicado tanto para iniciantes quanto para ciclistas experientes, e o passeio engloba toda a natureza, história e gastronomia da região. São feitos percursos à beira-mar, aos pés de fortalezas medievais e colinas, e paradas para degustar trufas, vinhos e queijos. No total, são cerca de 250 km percorridos ao longo de 6 dias.

A região de Toscana, conhecida por suas paisagens naturais diversificadas e por abrigar a cidade de Florença, também abriga roteiros de cicloturismo que buscam passar pelos seus principais cartões-postais, como o burgo medieval de Monticchiello e os ciprestes de Val d’Orcia. São percorridos cerca de 45 km diários, ao longo de 5 dias, sendo esses roteiros indicados para pessoas com algum preparo físico.

Puglia, a região que forma o “calcanhar” do país, é famosa por seus extensos quilômetros de litoral mediterrâneo, e o seu roteiro de cicloturismo passa por cidades belíssimas como Lecce e Otranto. São 230 km de pedalada no total, que podem ser feitos ao longo de 5 dias, com paradas para degustações de azeite de oliva e vinho, em um percurso considerado de moderado a intenso.

Na Espanha, é possível percorrer o famoso Caminho de Santiago da Compostela de bicicleta. Essa é uma rota secular por onde passam peregrinos do mundo inteiro desde o século IX, e o Caminho Francês, que se inicia no vilarejo de Saint Jean de Pie de Port, é atualmente o mais bem-preservado. O roteiro de cicloturismo é intenso e autoguiado, contando com 270 km no total, podendo ser percorrido ao longo de 6 dias.

Já em Portugal, é possível fazer cicloturismo na Ilha da Madeira, que está localizada no meio do Oceano Atlântico e já foi considerada, por três anos consecutivos, o melhor destino insular do mundo. As suas paisagens são de tirar o fôlego, contando com vales vastos, montanhas altas, e pequenas vilas. O roteiro é intenso e são percorridos cerca de 180 km ao longo de 4 dias.

Principais dicas

Andar de bicicleta não apresenta muitos segredos, mas uma viagem de cicloturismo bem-sucedida envolve bastante planejamento e preparação. Confira algumas dicas para empreender um passeio seguro e completo.

  • Planejamento e carro de apoio

Em viagens de bicicleta, o percurso é a parte mais importante. Então, se você tem um destino em mente e está planejando a sua própria viagem, é importante pesquisar quais são as rotas até aquele destino, e avaliar se elas são compatíveis com o seu nível de condicionamento físico. Se a rota está junto a uma rodovia por onde passam carros, talvez seja importante buscar alternativas que vão por estradas menores do interior.

Se o roteiro dura vários dias, também é preciso identificar quais são acomodações ao longo do caminho onde você poderá passar a noite. Se for o caso, você até pode alocar alguns dias nesse lugar para poder visitar os atrativos turísticos locais. 

Também é importante avaliar a possibilidade de viajar junto com um carro de apoio - em pacotes turísticos, eles geralmente estão inclusos. Um carro de apoio carrega os pertences dos ciclistas de um ponto a outro, permitindo que a pedalagem seja mais leve e menos cansativa. Ele pode acompanhar o grupo, ou apenas se encontrar com ele em locais específicos. No caso de um problema técnico, ou de fadiga, o carro também pode “resgatar” o turista.

  • Qual bicicleta escolher

Por conta da simplicidade inerente aos passeios de cicloturismo, costuma-se dizer que a melhor bicicleta para viajar é aquela que você tem. Embora roteiros mais curtos e “acessíveis” não exijam um equipamento robusto, roteiros mais longos e difíceis vão necessitar de um equipamento mais especializado.

Se você planeja viajar por caminhos asfaltados, as bicicletas de estradas, também chamadas de road bikes, com pneus finos, são suficientes. Já para terrenos mais acidentados e estradas de terra, as bicicletas de montanha, que têm pneus grossos e boas suspensões, são recomendadas. 

Já para percursos que contam com trechos asfaltados e trechos de terra, existem as chamadas bicicletas híbridas, que são um cruzamentos entre as duas anteriores e oferecem várias opções de engrenagens e freio, mas costumam ser mais caras.

Também existem bicicletas dobráveis, que apesar de não serem muito eficientes para longas distâncias, são convenientes para serem transportadas dentro de transportes públicos, e as bicicletas elétricas, que usam baterias e tornam as subidas mais fáceis, por exemplo.

Créditos: Pedalla Bikes

Créditos: KF Bikes

  • O que levar

Se você está viajando sem carro de apoio, é importante tentar diminuir ao máximo o peso e volume da bagagem que você está carregando. Ainda assim, existem alguns itens essenciais que toda viagem de bicicleta deve incluir. Eles são: garrafa d’água; GPS, mapa ou celular com aplicativos de rotas que funcionam sem internet; documentos; contatos de emergência; kit de primeiros socorros; protetor solar; óculos de sol e, é claro, capacete.

Quanto às vestimentas, é preciso levar em consideração como estarão as condições meteorológicas da região onde você irá pedalar. Porém, casacos e calças corta-vento e à prova d’água geralmente são sempre uma boa escolha, pois eles que irão te salvar no caso de uma mudança brusca no tempo.  

Para climas mais quentes, um fleece leve costuma ser suficiente; e, nas pernas, para viagens que duram vários dias, é importante usar uma roupa que seja acolchoada na virilha. Também é importante levar e usar luvas para ciclismo, e é preciso lembrar de separar um conjunto de roupas para usar quando não estiver pedalando. 

Também é interessante levar um kit de higiene com papel higiênico, e restringir a comida a barrinhas energéticas, um “mix de nuts” e frutas frescas. 

Para eventuais problemas na bicicleta, é importante conhecer de antemão alguns princípios de mecânica básica, e levar um jogo de ferramentas e um kit de peças de reposição. Você também pode optar por colocar alguns acessórios na sua bicicleta, como luzes dianteiras e traseiras, bolsas de quadro e de selim, “aranhas” elásticas e cadeado. 

Agora que você já sabe tudo sobre viagens de bicicleta, que tal começar a planejar a sua própria aventura? Para tanto, conte com os serviços da Pisa Trekking. Especialistas em ecoturismo, oferecemos várias opções de pacotes de cicloturismo. Confira todos aqui e tire todas as suas dúvidas com nossos atendentes!

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