Serra do Espinhaço: Um paraíso para trekking, cicloturismo e cultura

A Serra do Espinhaço é uma cadeia de montanhas que se estende de Minas Gerais à Bahia, e além de ser um destino que guarda bastante potencial para atividades de aventura e ecoturismo, ela está permeada por histórias referentes ao passado colonial e aos ciclos extrativistas do Brasil. O Blog Vida ao Ar Livre te conta mais sobre este paraíso para trekking, cicloturismo e cultura ficando na cidade base de Diamantina.

Trekking na Serra do Espinhaço

Em geral, as atividades realizadas na Serra do Espinhaço partem da charmosa e histórica cidade de Diamantina, em Minas Gerais. Nos seus arredores, está o relevo acidentado, repleto de vegetação exuberante e cachoeiras imponentes que levam muitos turistas a se interessarem pelo potencial natural da região.

O trekking geralmente acompanha rotas antigas construídas para o escoamento dos diamantes retirados da região, como a Trilha Verde da Maria Fumaça, que antes era conhecida como Ramal Ferroviário Diamantina-Corinto, inaugurado em 1914 e desativado na década de 1970. Desde então, boa parte da estrutura, como os trilhos, foi retirada - mas ainda existem resquícios de estações e pontilhões que podem interessar os turistas.

Esse percurso da Maria Fumaça é leve e com altimetria constante e suave, também passando por outros pontos de interesse como o povoado de Guindá, a Lagoa Azul e algumas pinturas rupestres. No total, a distância percorrida é de 16 km.

Outra rota de trekking que passa por antigas vias de escoamento é o Caminho dos Escravos, que liga Diamantina ao distrito de Mendanha, e que no passado também era utilizado por tropeiros que queriam levar especiarias a Diamantina. O caminho, como o próprio nome já diz, foi construído pelo trabalho escravo, no início do século XIX. 

Hoje, ele é bastante utilizado por praticantes do ecoturismo por conta das lindas cachoeiras e dos visuais indescritíveis que compõem os seus arredores. O percurso, que totaliza 25 km, passa por dentro do Parque Estadual do Biribiri, onde toda essa beleza é preservada. 

Também há o trekking que passa por dentro do parque e tem como objetivo chegar à Vila de Biribiri, passando pelas cachoeiras de Cristais e Sentinela, além de mais pinturas rupestres, totalizando 12 km. Por fim, o último dos trekkings “moderados” é o que vai para a Represa da Xica, passando pela impressionante Gruta do Salitre, formada por quartzitos e com aspecto de um castelo medieval, e termina no povoado de Extração, cujas origens remontam ao século XVIII e onde está localizada a represa.

Para os mais aventureiros, também é possível fazer o trekking ao Pico do Itambé, conhecido como o “teto do sertão mineiro”, com 2.252 metros de altura. Embora a caminhada de ascensão percorra apenas 4 km, ela pode durar até 5 horas por ser desafiadora. A paisagem é deslumbrante até chegarem os paredões rochosos, que fazem de tudo isso uma aventura inesquecível. Uma vez lá em cima, é possível contemplar o pôr-do-sol e descansar no refúgio.

Cicloturismo na Serra do Espinhaço

O cicloturismo também costuma passar por essas antigas rotas de escoamento de diamantes, partindo de Diamantina e descendo a serra de maneira suave e tranquila. Ainda assim, os roteiros são indicados principalmente para pessoas ativas e com alguma experiência em passeios de bicicleta, que poderão aproveitar melhor o percurso. Com duração de três a quatro dias, as distâncias diárias variam de 20 km a 60 km.

Saindo de Diamantina, o percurso de três dias acompanha a antiga Rede Ferroviária Federal S/A até chegar ao seu ponto mais alto, para depois seguir por um platô da Serra do Espinhaço, onde estão sendo desenvolvidas produções de vinho. O primeiro banho de cachoeira ocorre no distrito de Barão do Guaicuí, antes de continuar para o destino final do primeiro dia, Conselheiro Mata

O distrito conta com menos de mil habitantes, e é cercado por uma flora e fauna típica do cerrado. No segundo dia, a pedalada continua até chegar à Cachoeira do Telésforo, que compõe uma área de “praia” com areia bem branquinha. A queda d’água, apesar de não ser grande, rende uma boa massagem nas costas. O lugar também conta com infraestrutura básica, com lanchonete, duchas e banheiros. Antes do retorno a Diamantina, também há parada para conhecer a Cachoeira das Fadas, com seu poço de águas verde-azuladas.

No terceiro dia, o passeio segue pelas ruas da própria cidade de Diamantina, e então parte para o Parque Estadual do Biribiri, passando pelas cachoeiras do Sentinela e Cristais e por uma antiga vila onde funcionava a produção têxtil local. O retorno à cidade-base pode ocorrer tanto de bicicleta como de van. 

Já o percurso de quatro dias segue por uma rota levemente diferente, passando por atrativos vistos nos roteiros de trekking, como a Represa da Xica, o povoado de Guinda e a Vila de Biribiri.

Em geral, as estradas são de terra batida, com pouca altimetria positiva e negativa. A pedalada também pode ocorrer em estradas secundárias com pouco tráfego, e em alguns trechos mais curtos chegar a dividir estradas com carros. Os ciclistas menos experientes, se quiserem, podem contar com serviços de apoio e resgate.

Cultura na Serra do Espinhaço

A cultura permeia tudo na Serra do Espinhaço. A própria cidade de Diamantina já recebeu o título de Patrimônio Histórico e Arquitetônico da Humanidade pela UNESCO em 1999, e é berço de personagens ilustres da história brasileira como Chica da Silva e Juscelino Kubitscheck. Os seus principais pontos turísticos incluem o Mercado Velho, a Catedral, o Palácio Arquidiocese de Diamantina, o Museu do Diamante, entre tantos outros.

Para visitar todos, é possível fazer um passeio histórico na cidade, aliando isso a uma visita a uma das cervejarias artesanais da região, conhecendo o seu processo de produção e com direito a degustação. 

Outras cidades mencionadas anteriormente também contam com histórias interessantes. Esse é o caso de Conselheiro Mata, que leva esse nome em função de João da Mata Machado, médico fundador da Santa Casa de Diamantina que foi abolicionista e um dos principais conselheiros de Dom Pedro II. O que justifica a relevância histórica da região é principalmente as atividades extrativistas que ocorriam por lá, que se iniciaram ainda no século XVIII e perduraram até o começo do século XX.

A região também é famosa pelos seus queijos, cuja produção artesanal é concentrada no município de Serro. A receita mais tradicional foi trazida pelos próprios portugueses, e hoje o queijo se caracteriza por sua textura mais úmida e gosto mais ácido, determinados pelas especificidades do gado, clima, pastagem e relevo da região. 

A gastronomia local também é composta por outros expoentes, como a carne de sol, o requeijão moreno, a cachaça e o jiló. Diamantina, inclusive, já recebeu mais de uma edição de um festival gastronômico que buscava ressaltar os melhores pratos locais que utilizavam ingredientes típicos da região.

A música e o artesanato também são motivos de orgulho para a cidade, que recebe 150 mil turistas por ano, segundo a Secretaria Municipal de Turismo. O estilo musical mais típico é a seresta, inspirada na serenata, e que consiste na apresentação de canções de caráter sentimental enquanto os músicos vagam pelas ruas à noite - o que acaba por entreter muitos turistas.

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